Nesse meio tempo que eu ficava entre um gesso e outro, eu implorava mainha pra arrumar um atestado médico pra eu ser liberada da aula de educação física. Ninguém me queria em nenhum time de nenhum esporte que envolvesse bola, ou sei lá, coordenação motora. As vezes eu entrava num time só porque minha melhor amiga era a melhor jogadora de todos os times de todos os esportes praticados na escola desde o dia de sua fundação até os dias de hoje. Ok, menos. Mas volta lá no tempo e tenta explicar isso pra mim com meus 10-14 anos. 

Na vida, eu pratiquei mais comer direito do que me exercitar. Salada antes do almoço. Muita fruta, muita carne branca. Suco feito na hora. Fui vegetariana por 4 anos, na tentativa de me tornar mais saudável - o que, claro, me fez perceber que as duas coisas não tem relação proporcional. Minhas amigas achavam meus hábitos alimentares estranhos. "Thai acha que comer salada refresca. Gente, pra mim, o que refresca é uma coca cola bem geladinha." 

Tudo isso, porém, não preencheu aquele desejo de me sentir confortável movendo meu corpo. Na faculdade até tentei correr. Ficava pensando... esse deve ser meu esporte, não precisa de grupo. Não durou muito. Quando eu mudei pros Estados Unidos, tentei voltar com a corrida mas sofri bastante com o clima. Fui até parada na rua porque, do nada, meu nariz resolveu sangrar. Não deu certo outra vez. 

Esse ano, no entanto, eu peguei essas informações todas aí, juntei com um pouquinho de coragem, um outro tanto de apoio e resolvi encarar um treino mais sério para minha primeira meia maratona. Fiz muita cara feia, comi mais chia, deixei minhas preocupações escorrerem pelo rosto. Fiz mil playlists e enjoei de todas, andei na ladeira quando devia correr, bebi mais água, larguei minha ansiedade no asfalto. Fim de semana passado, dia 8 de agosto, eu corri os tais 21 km. Em breve eu vou contar sobre essa experiência, mas eu só queria adiantar que eu não sou uma boa corredora. Assim, eu continuo não sendo atleta. Eu só gosto de correr mesmo. E eu me inscrevi na corrida. E eu fui. Então se você tá aí pensando em fazer o mesmo, não leia meu próximo post. Segure-se nesse aqui e vai! Brincadeira... pode ler!